Quando começar a viajar e fazer provas?
A preparação para concursos jurídicos é, sem dúvida, um desafio sob múltiplos aspectos. Emocional, físico, financeiro, social, intelectual.. Candidatos
dedicam anos mergulhados em lei seca, doutrina,
jurisprudência, informativos, aulas e simulados. Em meio a esse processo, uma
dúvida adicional surge com frequência: “Já devo começar a fazer provas? Vale a pena
viajar agora ou ainda é cedo?”
O Papel estratégico da prova no processo de aprendizado
Ao contrário do que muitos pensam, a prova não é apenas um
teste final ou definitivo. Ela pode — e deve — ser parte ativa da sua
preparação. Fazer provas, ainda que sem estar 100% pronto, é um termômetro
realista da sua evolução.
Além disso, concursos jurídicos não são apenas sobre
conhecimento, mas sobre resistência emocional, tempo de prova, leitura
crítica, técnica de marcação, e administração da ansiedade. Tudo isso se
aprende fazendo provas reais.
Mas e as viagens? Vale a pena o custo?
Quando o edital surge em outro Cidade ou Estado, há quem se
pergunte: “Devo ir?” A resposta é: depende do seu momento na jornada, mas
considere ir o quanto antes.
✅ Você deve começar a viajar e
fazer provas quando:
- Já
tem uma base razoável nos principais ramos do Direito cobrados
(Constitucional, Administrativo, Civil, Penal, Processo etc.);
- Já
fez simulados e provas anteriores em casa, com seriedade e cronômetro;
- Está
buscando desenvolver a experiência emocional de ‘dia de prova’ — que é
muito diferente da teoria;
- Enxerga
a prova como um aprendizado, e não apenas como tentativa de nomeação.
- Gostaria
de ser aprovado mas compreende que pode ainda não ser a hora.
❌ Pode ser cedo se:
- Você
começou a estudar há poucas semanas e ainda está construindo sua base
jurídica;
- Ainda
não fez, ao menos um, ciclo completo de leitura da lei seca do edital;
- A
viagem comprometerá sua organização financeira a ponto de afetar seu
planejamento de médio prazo;
- Você
sente que fará a prova apenas por “pressão externa” (como colegas que já
estão indo, por exemplo).
Prova como laboratório pessoal
Encare a prova como um laboratório: leve sua água, seu
lanche, vá como se estivesse simulando o "grande dia", mas sem o
peso da expectativa imediata de aprovação. Vá para sentir o clima, testar seu
foco, analisar a banca.
Muitos aprovados contam que só “acertaram o ritmo” após 3,
4, até 10 provas depois. A experiência é tão importante quanto o conhecimento.
Viagem também é aprendizado
- Você
testa logística: como dormir antes da prova, como se alimentar, como se
deslocar com antecedência;
- Aprende
a lidar com imprevistos: mudanças de local, atrasos, pressão do ambiente;
- Percebe
como seu corpo e mente reagem em diferentes contextos — algo fundamental
no dia D.
Dica prática: monte uma “prova de treino oficial”
Escolha uma prova real, num lugar que você possa viajar com
relativo controle de custos. Trate como um ensaio geral. Analise erros,
sensações, dificuldades. Use isso para ajustar sua estratégia.
Conclusão: não espere estar pronto — esteja em processo
Esperar a sensação de “estar 100% pronto” para começar a
fazer provas é como esperar que todos os sinais fiquem verdes para sair de
casa. Você precisa agir com estratégia, com consciência, mas com coragem.
Se você já possui uma boa base, condições mínimas de
logística, e encara a prova como um passo no caminho (e não o destino final), então
sim: comece a viajar. Comece a fazer provas. E aprenda com cada uma delas.
No mais, estabeleça que cada minuto despendido, cada centavo
gasto, cada emoção vivida formam o cenário e te aproximam do seu sonho. Quanto mais você
investe, mais você deverá estar envolvido e determinado num processo inexorável.
Chandler Galvam Lube
Aprovado para Promotor de Justiça
Mestre em Direitos e Garantias
Constitucionais
Idealizador do LexLege
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