Por onde começar? Comece pequeno, termine grande!
Vou mandar um papo reto:
1)
Leia a lei seca
2)
Acompanhe a juris
3)
Adicione uma pitada de doutrina
Até aqui o famoso tripé: lei +
jurisprudência + doutrina
4)
Resolva questões
O item 1 exige disciplina, tempo, resiliência e superação. A
leitura da lei é, para muitos, o ponto mais difícil no processo de preparação
para os concursos. Talvez por isso o mais negligenciado pelos reprovados. Não
enfrentar este ponto é, invariavelmente, fatal. Mascarar o estudo da lei seca
é, com muita frequência, uma armadilha que te faz sofrer.
Mas, de modo bem claro e objetivo: leia a lei, seca, sem firulas,
do início ao fim, várias vezes.
Acompanhar a jurisprudência (2) é questão de estar atualizado
e entender a aplicação prática do direito. Concursos menos exigentes nem passam
por aqui, mas nos top de linha a juris está em todas as fases e, comumente,
permite verificar como um caso concreto foi tratado, não apenas a solução, mas
também o fundamento. Assim, o examinador tem para si uma forma eficiente de
cobrar atualização, aplicação da lei e a lógica do julgado.
A doutrina (3), mais cedo ou mais tarde será cobrada em
quase todos os certames, sobretudo os mais exigentes. A depender do certame, o
estudo poderá ir do mais superficial comentário no rodapé do material à densa
obra de um jusfilósofo alemão, por exemplo. Na medida do seu objetivo,
acrescente mais ou menos doutrina no estudo.
O ponto 4 é o treinamento necessário. Não cabe falar muita
coisa mais que isso. Basta fazer uma analogia: não há jogo fácil sem
treinamento difícil. No esporte há uma máxima irrefutável, treinar muito e
pesado para jogar pouco e leve. No meio militar se diz: o suor derramado no
treinamento, poupará sangue no combate.
Enfim, faça muitas questões (objetivas e discursivas quando
for o caso).
Mas, como e onde exatamente começar?
Ainda sendo direto (e não tem nenhum tipo de patrocínio aqui),
vai apenas uma experiência pessoal que julgo exitosa:
a) Sobre
a leitura da lei cabe fazer uma reflexão importante. É que a verdadeira lei
seca vem sendo distorcida, negligenciada, “irrigada” com o tempo. Hoje, não
raro, a lei seca está “ensopada”. Você não pode perder de vista que ler a lei
seca, em regra e no estudo ordinário, é iniciar no primeiro artigo e ir até o
último.
Você pode ler a
lei no Vade Mecum, no site do Planalto, em material impresso, etc. Mas, você
terá mais recursos de aprendizado e organização através do lexlege, além da atualização diária. Faça um
programa de leitura personalizado e automatizado e aproveite as diversas
maneiras de ler. Leia 30 min diariamente até que isso seja ridiculamente pouco.
Então, aumente gradualmente.
b)
Para acompanhar a jurisprudência, se necessário pro
seu concurso, leia diariamente o dizerodireito.com.br. É gratuito. Excelente
começo. Não pense inicialmente quanta jurisprudência ficou para trás. Comece
daqui para frente e faça um cronograma para revisar os dois últimos anos.
c) A
doutrina: depende, como dito. Sinceramente, na grande maioria dos casos uma boa
sinopse resolve. Juro! Contudo, tem especificidades. Concursos que não exigem o
bacharelado em direito, por exemplo, mas cobram disciplina jurídica, dispensam
até mesmo as sinopses. Neste caso, assista aulas de um cursinho e/ou leia
comentários do material, quando a inteligência de um artigo de lei for complexa. De outra sorte, concursos mais densos vão exigir uma
bibliografia específica, que não cabe abordar aqui. Mas, friso: sinopse é ouro,
em regra.
d)
Para resolução de questões use diariamente o
site do qconcursos.com.br. Você pode fazer 10 questões diárias de graça. Leia a
lei e faça questões sobre ela, depois leia os comentários, especialmente quando
você não sabe a resposta. Faça 10 questões todos os dias até que te parece
pouco, então aumente.
Em síntese: faça a leitura da lei
seca; acompanhe a jurisprudência; acrescente a doutrina na medida do seu sonho;
conclua com a resolução de questões.
Comece pequeno, termine grande!
Isso mesmo, não adianta fazer um super plano se ele não será executado. Eu
comecei estudando meia horinha por dia, logo isso se tornou pouco. A medida que
fui viajando para fazer provas, gastando com a preparação e tudo o mais, o
tempo de estudo para justificar tantos gastos foi aumentando natural e gradualmente.
Algum tempo depois (cerca de um ano) eu estudava oito horas no sábado, duas ou
três horas nos dias de semana e queria mais. Mas veja, não começou assim. Meia
hora no sábado já foi um martírio no início. Isso passa, a vontade vem.
Bons estudos!
Que maravilha! Parabéns pela brilhante iniciativa de tornar essa jornada mais leve
ResponderExcluirObrigado, de fato uma caminhada longa, difícil e solitária.
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